O Brasil foi destaque nos dados de comércio exterior da China divulgados nesta sexta-feira (12). As exportações do gigante asiático para o mundo cresceram 8,6% em comparação ao mesmo mês do ano passado, alcançando US$ 307,8 bilhões. As vendas para a América Latina avançaram 11,3% no mesmo período. O comércio com o Brasil foi especialmente forte, com um aumento de 24,4% nas exportações e de 8,3% nas importações, segundo o NBS, órgão oficial de estatísticas.
As autoridades chinesas destacaram que o boom atual de veículos elétricos representou mais de um terço das exportações para a América Latina.
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No primeiro semestre, as exportações da China atingiram US$ 1,71 trilhão, uma alta de 3,6% na comparação anual, enquanto as importações cresceram apenas 2%.
O crescimento acima do esperado das exportações e a evolução mais lenta das importações levaram a China a registrar um superávit comercial de US$ 99,1 bilhões em junho, totalizando US$ 434,9 bilhões nos primeiros seis meses do ano, superando os US$ 400,7 bilhões do mesmo período de 2023.
As exportações para os principais mercados desenvolvidos foram relativamente fracas, com crescimentos de 1,5% para os EUA e quedas de 2,6% para a UE, 6,3% para o Japão e 3,7% para a Coreia, dificultando o crescimento das vendas externas gerais.
Segundo o jornal South China Morning Post, analistas preveem que o comércio exterior da China pode desacelerar no segundo semestre devido à escalada das tensões geopolíticas. Isso ocorrerá à medida que tarifas punitivas da União Europeia e dos Estados Unidos entrarem em vigor.
“O crescimento das exportações em junho indica que a demanda externa continua forte. Juntamente com os baixos preços dos produtos devido à pressão deflacionária da China e à taxa de câmbio relativamente baixa do yuan, os produtos chineses ainda possuem competitividade robusta globalmente”, afirmou Ding Shuang, economista-chefe para a Grande China do Standard Chartered, ao jornal.
Interrupção de Transporte no Mar Vermelho Afeta Comércio Global diz Maesrk”
A Maersk anunciou em 1º de julho que os próximos meses serão desafiadores devido às interrupções contínuas no transporte marítimo pelo Mar Vermelho. “O impacto em cascata dessas interrupções se estende além das rotas primárias afetadas, causando congestionamento em rotas alternativas e hubs essenciais para o comércio com o Extremo Oriente da Ásia, Ásia Central Ocidental e Europa”, disse a companhia nesta quarta-feira.
Portos em toda a Ásia, incluindo Cingapura, Austrália e Xangai, estão enfrentando atrasos à medida que os navios mudam de rota e os cronogramas são interrompidos pelos efeitos em cascata do Mar Vermelho, informou a empresa em um comunicado.
A Maersk exemplificou que sua rede na Oceania foi afetada pelo congestionamento nos hubs do Sudeste Asiático, causado pela escassez de equipamentos e restrições de capacidade devido à interrupção no Mar Vermelho. “Os atrasos nos centros do Sudeste Asiático representam um risco de interrupção nos portos australianos devido à aglomeração de navios na chegada, resultando em tempos de espera mais longos e outros atrasos”, acrescentou.
O congestionamento e a interrupção se estenderam além dos hubs para os portos do nordeste da Ásia e da Grande China, causando atrasos adicionais.
Apesar dessas dificuldades, a Maersk destacou que a demanda por carga marítima permaneceu robusta globalmente e que o grupo está trabalhando para limitar as interrupções para os clientes, em parte garantindo contêineres adicionais. “Estamos nos preparando para interrupções contínuas, ajustando nossa rede e estratégias de fornecimento de acordo”, concluiu a empresa.