O Brasil é hoje considerado o quinto maior produtor de vinhos da América Latina, por isso se destaca na importação de vinhos.
Os vinhos finos nacionais e importados ganharam bastante espaço no mercado brasileiro cresceram dois pontos percentuais de 2019 para 2021 (34%), enquanto os rótulos nacionais dobraram de tamanho no mesmo período, chegando a quase 8%.
Com a importação de vinhos no Brasil, o público que aprecia a bebida se beneficia com a diversidade da oferta de produtos de qualidade, especialmente do comércio online de vinhos, que gera oportunidades de negócios e lucros e atrai o interesse de importadores.
Mas cuidado…é importante conhecer o mercado, acompanhar de perto suas tendências e oportunidades, além de estar por dentro da legislação e de como se dá o processo de importação da bebida.
Como é o mercado de importação de vinhos?
Um estudo realizado pela Ideal Consulting, que atua com inteligência de mercado e é especializada em alimentos e bebidas, apontou que a venda de vinhos em litros no Brasil teve um aumento significativo durante a pandemia, passando de 383 milhões de litros em 2019 para 501,1 milhões de litros em 2020.
Com a Pandemia e o fechamento de bares e restaurantes e a não realização de festas e encontros sociais, as pessoas passaram a investir na aquisição de vinhos, especialmente pela internet, o que fez com que o setor registrasse números positivos durante o período.
Em 2021 tivemos queda sutil, com consumo de 489,4 milhões de litros, o dado não foi avaliado como sendo retrocesso, considerando que o número do ano anterior foi muito positivo.
Para esse ano, tendências trazidas pelo levantamento também mostram um aumento nas vendas de vinhos de uvas finas. E, mesmo com o dólar em alta, a fatia do mercado que representa a venda de vinhos importados subiu de 32%, em 2019, para 34%, em 2021.
Os especialista dizem que a tendência é bag-in-box, caixas que possuem capacidade para 3 litros e que mantêm a bebida a vácuo, mesmo depois de aberta e também os Vinhos em lata e coquetéis prontos com vinho e até mesmo vinhos sem álcool.
Um relatório Brazil Wine Landscapes 2022, da Wine Intelligence, mostra que 2021 encerrou com uma expansão significativa de consumidores regulares de vinho: são 51 milhões de pessoas, um aumento de 12 milhões de consumidores no ano, o que representa 36% da população adulta brasileira.
Quais os principais países de origem de importação de vinhos?
Chile, Portugal e Argentina se destacam como as rotas principais de aquisição de vinho importado, no Brasil, especialmente com a pandemia, quando houve um aumento do consumo de vinho no país.
– Chile:
O Chile é o maior exportador de vinhos para o Brasil e possui uma participação de 42% a 43% no mercado brasileiro.
Dados do ProChile Brasil, órgão que promove produtos chilenos, aponta que, em 2020, o Brasil se tornou o maior mercado consumidor de rótulos chilenos no mundo, totalizando quase US$ 178 milhões (R$ 973 milhões) nas importações em 2020.
– Portugal:
Portugal ocupa o segundo lugar dentre os vinhos importados com maior presença no mercado brasileiro. O vinho português detém uma fatia de 18% do mercado de vinhos no Brasil.
Alguns fatores são apontados como motivo para essa posição, como o aumento de importadores exclusivos de vinhos portugueses e o fluxo considerável de turistas brasileiros que visitam o país, devido a diversas facilidades, como língua e preço de passagens aéreas.
– Argentina:
A Argentina também ocupa lugar de destaque, figurando entre os principais exportadores de vinhos para o Brasil. Para se ter ideia, a importação de vinhos da uva Malbec no mercado brasileiro cresceu mais de 40%, em 2020.
A Argentina é a principal exportadora desse tipo de uva no mundo, e, no Brasil, respondeu por 90% das importações de Malbec.
E aí já ouviu falar de importação de vinhos coletiva?
A importação de vinhos coletiva é uma iniciativa que visa facilitar a compra de vinhos estrangeiros na qual diversas empresas se juntam e adquirem o mesmo produto, o que acaba trazendo economia para o processo.
A exemplo da EducaVinhos, uma comunidade de empreendedores do setor de vinhos que anunciou, no final de 2021, a primeira importação coletiva de vinhos exclusiva para pequenas empresas, iniciativa inédita no setor.
Ao todo, foram 10 mil garrafas do vinho chileno importadas, com exclusividade, por empreendedores dos estados do RN, PE, SP, RJ, SC e RS.
Além de possuírem a exclusividade de revenda e fortalece os negócios de pequenas empresas, com o processo de compra coletiva os custos da importação para os empreendedores foram reduzidos em 30%.
Mas como fazer importação de vinhos para o Brasil?
Para realizar a importação de vinhos para o Brasil, os importadores e empreendedores precisam ficar atentos, pois existem legislação específica e procedimentos que não podem deixar de ser executados para garantir a legalidade do processo.
A importação de bebidas é regulamentada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, responsável pela padronização, classificação, inspeção e fiscalização da produção e do comércio de bebidas.
A legislação brasileira de bebidas estabelece que existem grupos e especificações para cada tipo de bebida. No caso do vinho e derivados da uva e do vinho, as normas são regidas pela Lei nº 7.678, de 08 de novembro de 1988, e regulamentada pelo Decreto n° 8.198, de 20 de fevereiro de 2014.
Assim a empresa deve se atentar às etapas necessárias para concluir com sucesso a importação de vinhos. São elas:
– Habilitar a empresa no Radar da Receita Federal, para que consiga realizar o processo de importação;
– Registrar a empresa como importadora de bebidas;
– Entregar os documentos e dados laboratoriais para análise pelo MAPA;
– Observar se as informações exigidas pela legislação brasileira constam no rótulo do vinho importado;
– Assegurar-se de que o embarque dos produtos segue as orientações;
– Acompanhar todo o desembaraço aduaneiro na Receita Federal.
Resumidamente são as etapas necessárias para concluir a importação de vinhos, seguindo a legislação pelos órgãos fiscalizadores. Além disso, é fundamental que o importador conheça bem a empresa que fornecerá o produto, certificando-se de que ela seguirá essas orientações, a fim de evitar possíveis problemas.
Outra dica importante é contar com uma assessoria especializada em comércio exterior e expansão de negócios, que estará preparada para oferecer todo o suporte relacionado ao processo operacional da importação.